O prefeito de Caçapava do Sul Giovani Amestoy (PDT) registrou um boletim de ocorrência contra uma vereadora e um morador da cidade na tarde desta terça-feira. Conforme o registro de ocorrência, feito na delegacia do município, o prefeito acusa a vereadora Márcia Gervário, também do PDT, de injúria e difamação por publicar em suas redes sociais um vídeo em que está acompanhada do morador e faz acusações contra Amestoy.
Ainda segundo o boletim, o vídeo foi publicado pela vereadora na última sexta-feira. Neste vídeo, ela critica uma ação de desapropriação feita pela prefeitura contra um morador do Bairro Passinho da Aldeia para a realização de obras no local. Amestoy sustenta que a vereadora "usa de seu cargo parlamentar para agir de má-fé em redes sociais, postando textos difamatórios, incitando pessoas para que criem falsas acusações que atingem, inclusive, a administração municipal, pois qualquer difamação e injúria contra sua pessoa atinge também o Executivo, pois é prefeito da cidade".
Conforme Amestoy, a prefeitura tentou um acordo de desapropriação com o morador, mas o pedido não foi aceito. Depois, o Executivo entrou na Justiça e conseguiu desapropriar o local. O prefeito explica que, durante as enchetes em janeiro deste ano, o Bairro Passinho da Aldeia foi um dos mais atingidos pela inundação e, por isso, eram necessárias obras no encanamento pluvial que fica no pátio desta residência.
- A obra no local foi feita para evitar novas inundações. A desapropriação não obrigou-o a sair de casa, apenas estamos fazendo obras no encanamento que fica na propriedade, uma obra que beneficia toda a comunidade que vive no bairro. Acredito que eu tenha sido alvo de uma perseguição política por parte da vereadora. Por isso, estarei pedindo também uma ação por danos morais - destaca o prefeito.
Em nota, a vereadora Márcia Gervário informou ao Diário que foi procurada pelo morador para interceder junto à prefeitura contra a desapropriação do local. "Um dos pontos mais graves neste processo judicial que está aberto é a negociação para desapropriação e os valores oferecidos pelo gestor" informou. Ainda segundo ela, não houve uma proposta satisfatória de indenização, nem apresentação de um projeto da obra aos moradores do bairro.
Confira, na íntegra, o posicionamento da vereadora:
"Após a família saber do registro de ocorrência contra eles, fui comunicada pelos mesmos e fui ouvir a versão da família. Chegando ao local e ouvindo família e a comunidade, fiquei preocupada com os relatos feitos pelos moradores e principalmente pelo proprietário da casa que o município pretende desapropriar para colocar uma tubulação de rede pluvial, segundo eles, não houve documentação formal com avaliação e proposta para a indenização e em nenhum momento foi apresentado projeto de obra no endereço do morador.
Já existe um processo judicial do morador contra a prefeitura, a qual comprova todos os fatos, sendo que um dos pontos mais graves neste processo judicial que está aberto é a negociação para desapropriação e os valores oferecidos pelo gestor.
Após, acompanhei a família à delegacia onde foi registrado um boletim de ocorrência e, na sexta-feira, dia 21 de junho, protocolei no Ministério Público.
Também gravei um vídeo com autorização dos envolvidos para mostrar a versão da família, o qual está disponível em minha página nas redes sociais.
Como vereadora, é meu dever auxiliar a população no que for preciso."